Todas as turmas farão uma prova no final do mês de maio. Mesmo sendo turmas e séries diferentes, os textos para todas terão o mesmo tema. Recomendo que assistam ao documentário "O Riso dos Outros" (link para versão on-line no Youtube abaixo).
Lembrando que quem não assistir ao vídeo conseguirá fazer a prova do mesmo modo: as questões são baseadas no texto da prova, não no vídeo (repetindo: o vídeo é um material de apoio).
Material utilizado nas turmas de III ano. Questões sobre violência doméstica. Bônus: letras das músicas de Lilly Allen e Cyndi Lauper. Encerrando o ciclo.
Provas, provas, provas... tudo gira em torno do quanto podemos obter como nota. O que eu aprendi? Lembro-me bem de uma música do Gabriel o Pensador que dizia:
"Manhê!
Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem
Eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi"
Será que sempre foi assim? Será que as escolas e nós professores somos tão desestimulantes? Não creio... não posso acreditar. Porque tenho colegas de trabalho que são tão fantásticos, tão inteligentes... eu gostaria de ter o privilégio de assistir as suas aulas e aprender com o que eles têm a ensinar, do modo que eles ensinam.
Semana de prova em algumas escolas. O que mais ouvi foi "vai cair na prova? Vai ter gramática? É 'só' interpretação ou tem mais alguma coisa?". Dane-se uma língua estrangeira, e a nota? E é assim com a matemática, o português, a biologia, a química...
Na faculdade, muita gente, se pudesse, ia embora depois de 1h de aula. Peraí? Seiscentão de mensalidade por uma hora de aula por dia?! Só responder chamada e ir embora? Mesmo?
Que coisa...
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Semana corrida, pra variar.
Tanto no Fractal quanto no Expressão as coisas todas começam a engrenar aquela rotina clássica. Admito que eu não gosto muito do primeiro semestre, muito longo e cansativo. Já estamos indo para o terceiro mês de aula e ainda estamos tecnicamente no I bimestre.
Tenho ficado cada vez mais instigado pelas turmas de III ano e semi. A obstinação dxs alunxs em conseguir aprovação no vestibular é algo incrível. Não apoio a competitividade. Acho que todxs deviam ter oportunidades. Mas por enquanto, esse é o sistema. O que fazer?
Gosto de ver como muitxs se empolgam com os textos e temas trabalhados em sala. Faz a gente perceber que estamos fazendo escolhas acertadas. E dai acontece aquilo que eu chamo de "caminhar juntxs". A tal parceria que me é tão importante.
Terça, quarta e quinta são os dias mais corridos, trabalhando as manhãs inteiras e muitas aulas à tarde (mais as aulas à noite na faculdade). Lamento ter apenas uma aula por turma nos cursinhos (semiextensivo) e III anos. Todo modo, as turmas (Prevest, Fractal e Expressão) vão muito bem, obrigado : )
Comecei essa semana no Colégio Nova Dimensão. Uma equipe de grandes amigxs e excelentes profissionais. Gente com quem tenho o privilégio de trabalhar em parceria em outras Unidades Escolares também há bem uns 10 anos.
Gostei muito das turmas, por enquanto tão miúdas mas tão cheias de personalidade e vontade. Acho que ali vai ser minha casa por muito tempo. Assim espero. Acredito.
Fizemos algumas fotos com muito bom humor, muita descontração e esperança. É deveras intenso o sentimento de "vamos dar certo do jeito que a gente acredita" que tem rolado entre a equipe. Tanto é que no sábado, acordei cedo para dar aulas para minhas novas turmas e fui animado. Eu que jurei nunca mais trabalhar aos sábados pela manhã... lá estou.
Todos os dias pela manhã, sejam quais forem os problemas ou situações que me acometem nos bastidores, tento subir ao "palco" com sorriso no rosto, disposto a ajudar, com intuito de ensinar, explanar, tirar dúvidas... o "bom dia" é por conta da casa.
Semear tem sido intenso e extenuante. Que venha a farta colheita. Participemos. Vamos celebrar em breve. Juntxs.
Tire um tempinho para acessar o Tumblr do projeto e traduzir algumas das mensagens postadas lá. Não se esqueça de divulgar esse trabalho tão fantástico quanto sério.
Semana de planos e mudanças. Nada que implicasse em mudança de rumo ou direção. O que estava planejado era que houvesse uma alteração no meio, no modo. Não ocorreu. Por ora. Uma hora talvez aconteça... né? De todo modo, a viagem, pelo que parece, vai ficar mais intensa (putz!).
Ainda não consegui concluir as correções e postagem das notas todas. Estou com um número incrivelmente absurdo de provas para corrigir. Algo inédito. Como disse uma vez, não sei se quero deixar para umx corretorx fazer esse trabalho (e ter que ga$tar meu suado rendimento). É através das provas que eu vejo onde xs alunxs têm errado, no que precisam melhorar, que tipo de erros de ortografia e gramática andam cometendo... enfim... é a pouca oportunidade que tenho de estar em contato direto com o que elxs produzem. A oportunidade, repito, é pouca, mas o número de provas é gigantesco...
Após a semana da mulher, onde pude falar em algumas salas o que penso sobre o dia 08 de março, algumas turmas me receberam mais abertamente. Acho estranho e ao mesmo tempo é perfeitamente compreensível: por mais que estejamos nos anos 2010, muita gente ainda nutre essa coisa do "professor inimigo". Baixem as armas... toda e qualquer bronca é visando o bem de vocês. E tento dar o máximo de liberdade para que sejam vocês mesmos e eu possa ser eu. E assim, criarmos o que chamo de parceria (como tem sido com as turmas que me permitem há uns anos).
As aulas transcorreram então em clima de coleguismo maior do que o esperado. Provavelmente, em modo inconsciente, comparo as turmas atuais às turmas que eu ensinava no Colégio Delos. Não que umas sejam melhores que outras, o que muda era de fato o afeto e o carinho que tínhamos. Obviamente, o tempo faz a diferença: eram alunxs que eu conhecia há 4 anos. Simplificando, estou com saudades, sim.
Tem sido um problema essa questão de "tempo". Os dias parecem curtos demais. As aulas sempre acabam quase às 13h e até logo em seguida tenho o curto prazo de um almoço e já estou em sala de aula novamente. Rotina massacrante. Sem comentar os trabalhos para a faculdade, os problemas pessoais meus, as cobranças pessoais das pessoas... me vejo entregue a um ritmo que nunca foi o meu. Sempre priorizei qualidade de vida e ela anda meio ausente.
Por "qualidade de vida" entenda-se simplicidade, praticidade. Às vezes sou extremamente tímido e antissocial. Gosto de passar longos períodos isolado, sozinho. Explicar isso para as pessoas mais próximas é sempre uma luta: entendem que não quero mais a amizade delas ou não as quero por perto. Brotam frases que mais soam como ameaça ou punição. Coisas tipo "quem muito se ausenta deixa de fazer falta".
Sofro um pouco com minha dificuldade de dizer "não". Sofro mais quando digo "não" e fico remoendo na minha cabeça a negativa dada, achando que falhei terrivelmente com pessoas que, muitas vezes sim, não pararam pra tentar ver o meu lado. Sempre uma coisa de "pow, o Vini é tão de boa". Ou assim ouvi dizer.
"Ele é uma coisa e o oposto dessa mesma coisa ao mesmo tempo". Ao mesmo tempo, uma tranquilidade ao negar me fazer o que penso ir contra aos meus mutantes e inconstantes princípios. Talvez eu deva considerar aquela análise...
Chegou a sexta-feira e eu nem vi. Perdi umas noites de sono e, dessa vez, insônia, não ansiedade ou preocupação. Que estranho... e o corpo não cobrou... xs alunxs de sexta ainda disseram que eu estava com cara de quem dormira muito bem. Vai saber...
Sábado veio e o companheirismo com a turma da progressão parece estar aumentando. Assim espero.
Voltei para casa e passei a tarde elaborando listas, fazendo uma pequena faxina, montando materiais, separando uns vídeos, protelando meu estudo :/
À noite, resolvi admitir que sou humano e me entreguei a um dos meus maiores vícios. Fui ao cinema ver "12 Anos de Escravidão". Um filme que recomendo fácil a quem adora bater no peito e dizer "100% branco/orgulho branco". Fiquei tenso e me emocionei durante várias cenas. Acho que o filme pegou leve ao mostrar aquela realidade. Sabemos que foi tudo muito pior.
Bonus Stage: O Games to Learn English é um site de jogos de todos os tipos (tem até o clássico "forca") para você treinar seu inglês e se tornar "expert" em vocabulário. Let's practice and have fun, goddamn it! :p
Manhã um pouco turbulenta no Fractal II. Mesmo com a entrega das provas e algumas notas relativamente baixas, alguns alunos ainda não perceberam que sem a devida atenção/dedicação, não há sucesso. Uma pena.
Há uns bons anos também não via a bobagem dx alunx que vê x professorx como rival ou inimigx... quanta perda de tempo... e de dinheiro. Pagar pra frequentar um lugar onde existem regras justamente para fazer de tudo para não segui-las? Não era mais fácil não ir? Apenas? Vejo isso de modo cotidiano na minha faculdade: as pessoas pagando para NÃO ter aula. Quanta falta de maturidade. :/
A manhã de quinta-feira foi rápida. À tarde veio com as aulas no Expressão. Turma de semiextensivo com material exclusivo (em consonância com minha revolta quanto aquele caso do garotinho que foi espancando pelo pai até a morte). III ano participativo (e apressado, talvez :/) estreando o material sobre feminismo/misoginia. Temas fortes.
Sexta-feira
Dia de comentários sobre a saída do queridôncio Chikão. No mais, as aulas foram tranquilas. Houve uma mudança na sequência das aulas/horário. Tudo dentro da normalidade. Estamos nos conhecendo melhor, creio. Fortificando laços também.
Sábado
Sala cheia no Colégio Dinâmico depois do feriado de carnaval. Mapeando as dificuldades e as qualidades da turma. Tem sido interessante e produtivo, creio. Tentando, aos poucos, trabalhar com textos que tenham como temas as diferenças sociais, a desigualdade, ética... tem rendido. Ao final, a galerinha é gentil. Tem sido, acho.
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A correção das provas tem sido MUITO desgastante. Não queria pagar uma pessoa para corrigi-las: é através da correção que percebo onde xs alunxs têm errado, como posso ajudar, onde tenho que investir para que elxs melhorem.
A atitude de muitxs me leva a crer que esse meu esforço é desnecessário. Eu talvez devesse ir mesmo me divertir ou cuidar dos meus estudos. Pagar alguém pra corrigir não vai me desfalcar financeiramente. E aos poucos vou perdendo a esperança de que explicar por extenso que "MAS" e "MAIS" são palavras diferentes vá reduzir a ocorrência desse erro. Quem se importa?
Minhas pernas andam doendo muito. Talvez eu deixe algumas turmas. Eu vou SEMPRE prezar mais qualidade de vida do que ganhos financeiros.