Semana de planos e mudanças. Nada que implicasse em mudança de rumo ou direção. O que estava planejado era que houvesse uma alteração no meio, no modo. Não ocorreu. Por ora. Uma hora talvez aconteça... né? De todo modo, a viagem, pelo que parece, vai ficar mais intensa (putz!).
Ainda não consegui concluir as correções e postagem das notas todas. Estou com um número incrivelmente absurdo de provas para corrigir. Algo inédito. Como disse uma vez, não sei se quero deixar para umx corretorx fazer esse trabalho (e ter que ga$tar meu suado rendimento). É através das provas que eu vejo onde xs alunxs têm errado, no que precisam melhorar, que tipo de erros de ortografia e gramática andam cometendo... enfim... é a pouca oportunidade que tenho de estar em contato direto com o que elxs produzem. A oportunidade, repito, é pouca, mas o número de provas é gigantesco...
Após a semana da mulher, onde pude falar em algumas salas o que penso sobre o dia 08 de março, algumas turmas me receberam mais abertamente. Acho estranho e ao mesmo tempo é perfeitamente compreensível: por mais que estejamos nos anos 2010, muita gente ainda nutre essa coisa do "professor inimigo". Baixem as armas... toda e qualquer bronca é visando o bem de vocês. E tento dar o máximo de liberdade para que sejam vocês mesmos e eu possa ser eu. E assim, criarmos o que chamo de parceria (como tem sido com as turmas que me permitem há uns anos).
As aulas transcorreram então em clima de coleguismo maior do que o esperado. Provavelmente, em modo inconsciente, comparo as turmas atuais às turmas que eu ensinava no Colégio Delos. Não que umas sejam melhores que outras, o que muda era de fato o afeto e o carinho que tínhamos. Obviamente, o tempo faz a diferença: eram alunxs que eu conhecia há 4 anos. Simplificando, estou com saudades, sim.
Tem sido um problema essa questão de "tempo". Os dias parecem curtos demais. As aulas sempre acabam quase às 13h e até logo em seguida tenho o curto prazo de um almoço e já estou em sala de aula novamente. Rotina massacrante. Sem comentar os trabalhos para a faculdade, os problemas pessoais meus, as cobranças pessoais das pessoas... me vejo entregue a um ritmo que nunca foi o meu. Sempre priorizei qualidade de vida e ela anda meio ausente.
Por "qualidade de vida" entenda-se simplicidade, praticidade. Às vezes sou extremamente tímido e antissocial. Gosto de passar longos períodos isolado, sozinho. Explicar isso para as pessoas mais próximas é sempre uma luta: entendem que não quero mais a amizade delas ou não as quero por perto. Brotam frases que mais soam como ameaça ou punição. Coisas tipo "quem muito se ausenta deixa de fazer falta".
Sofro um pouco com minha dificuldade de dizer "não". Sofro mais quando digo "não" e fico remoendo na minha cabeça a negativa dada, achando que falhei terrivelmente com pessoas que, muitas vezes sim, não pararam pra tentar ver o meu lado. Sempre uma coisa de "pow, o Vini é tão de boa". Ou assim ouvi dizer.
"Ele é uma coisa e o oposto dessa mesma coisa ao mesmo tempo". Ao mesmo tempo, uma tranquilidade ao negar me fazer o que penso ir contra aos meus mutantes e inconstantes princípios. Talvez eu deva considerar aquela análise...
Chegou a sexta-feira e eu nem vi. Perdi umas noites de sono e, dessa vez, insônia, não ansiedade ou preocupação. Que estranho... e o corpo não cobrou... xs alunxs de sexta ainda disseram que eu estava com cara de quem dormira muito bem. Vai saber...
Sábado veio e o companheirismo com a turma da progressão parece estar aumentando. Assim espero.
Voltei para casa e passei a tarde elaborando listas, fazendo uma pequena faxina, montando materiais, separando uns vídeos, protelando meu estudo :/
À noite, resolvi admitir que sou humano e me entreguei a um dos meus maiores vícios. Fui ao cinema ver "12 Anos de Escravidão". Um filme que recomendo fácil a quem adora bater no peito e dizer "100% branco/orgulho branco". Fiquei tenso e me emocionei durante várias cenas. Acho que o filme pegou leve ao mostrar aquela realidade. Sabemos que foi tudo muito pior.
'Bora viver bem mais uma semana?
Roll Jordan Roll (12 Years a Slave)