sábado, 15 de fevereiro de 2014

Diário de Bordo: 10 - 15 de fevereiro de 2014

Sábado, 13h53. Ainda não conseguir absorver e compreender essa semana.

Na segunda-feira, as aulas no Fractal foram tranquilas. Tive minha primeira aula com a turma do semi-extensivo (cursinho). Alguns rostos conhecidos. Se por um lado isso significa que nem todo mundo passou no vestibular, funil da elite e da "meritocracia" estudantil (ah, quantos excelentes estudantes de fato ficam de fora...), por outro lado é uma prova de que quem quer, não pode desistir. Tem que correr atrás mesmo. É bom ver uns rostos conhecidos. Fico mais à vontade e espero recebê-lxs bem, assim como me sinto bem recebido.

À tarde pude descansar um pouco (tinha ido à Caldas Novas no domingo - ido e voltado no mesmo dia, dirigindo) antes de ir para faculdade.

Terça-feira, Expressão. Leve mudança no meu horário. A janela (aula vaga) continua lá. Aproveito para fazer um social com as pessoas tão bacanas que trabalham na manutenção do colégio. Sem essas pessoas, escola nenhum funciona. Imprescindíveis.

À tarde, primeira aula com a turma do semi-extensivo do Prevest. Sala cheia. Eu sempre crio uma expectativa imensa quanto axs alunxs do "Prevas". Ali trabalhei com alunxs dos mais diversos backgrounds: lojistas, vendedorxs, estudante universitárix, concurseirxs... E a escola fica no centro da cidade, região que venero justamente por misturar (quase) em harmonia tanta gente distinta.

Do centro para o Frac II. Mais semi e mais gente conhecida. A turma pequena (uns 10) tem gente que eu não via desde 2009! Oba! E gente que eu gosto muito, gente bacana. 

Fim da aula, corre pro Frac I. Mais semi. Mais gente conhecida, e agora uma sala cheia, bem cheia.

Existe uma coisa que eu sempre falo sobre turmas de cursinho e que é muito nítido: são turmas atentas. Não estão ali por causa de nota, presença ou diploma de Ensino Médio. Não vejo como se fossem pessoas que não conseguiram, vejo como gente obstinada, gente que quer. Qualquer outra concepção é conjectura, é especulação.

Anoitecendo, um punhado bom de obrigações (provas, listas, atividades pra elaborar/corrigir) me fez faltar à faculdade. E só adiantei metade do serviço. Queria muito que meu corpo, meu organismo, entendesse que eu quero ter mais resistência e ânimo. Fucking 35 :/

Quarta-feira de manhã no Fractal I. Exclusiva para turmas de II ano. Acho que algumas turmas ainda estão longe de entender minha proposta como professor em sala de aula. Compreensível: não me conhecem, não sabem como funciono. Enquanto em algumas salas a aula já flui muito bem, inclusive já em um nível de amizade, em outras, as pessoas parecem ainda só agir sob o calor da autoridade...  como pode, gente? Por quê? Mais ainda: pra que isso? Tirei uma aluna de sala por conta de conversa fora de hora. E essa atitude me assombra até agora. Acaba com minha semana.

Quando eu digo que não acredito em autoridade, é simples: conversa fora de hora, pra mim, não é uma questão de "ouça a quem manda" mas sim de "há alguém falando, vamos ouvir". É um respeito que, inclusive, tem mão dupla, serve pra todxs. Se uma criança de dez ano pode compreender isso, por que não nós que somos adultxs? "réshitégui xatiadu" :/

Tarde/noite: semi no Expressão. Eu estava beeeem pra baixo com a coisa de ter colocado alunx pra fora de sala pela manhã. As turmas do semi foram muito gentis e, sem que soubessem, me deram uma injeção de ânimo. Dizem que tenho, ou desenvolvi, a clássica capacidade de entrar em sala e não transparecer se estou preocupado, tenso, triste, estressado... é um teatro? Ali sou personagens? Ou é a desumanização em prol da mercantilização do saber? Vai saber...

Quinta-feira é um dia interessante: passo a manhã inteira no Fractal II com alunxs que eu desconhecia e com uma galera que é minha desde 2008/2009. Parece uma coisa meio "máquina do tempo". Ainda não desmistifiquei isso na minha cabeça. Mas estou acostumando. E gostando. Eram saudades injustas, acreditem.

À tarde, um semi e o terceirão lotaaaaaaado do Expressão... e uma janela de 2h30 :/ Vale pelas turmas, que são fantásticas... mas tem sido duro aproveitar esse espaço. Pensando em levar uns filmes pra assistir no datashow (ironias?).

O último dia da semana vem com seis aulas. Manhã de sexta-feira no Expressão é cheia. Quatro turmas de I ano e duas de II ano. Tudo como manda o figurino. E um pouco de febre... não sei de onde, não sei porquê.

Sábado veio para estender a semana. A parceria com a professora Suzana, a quem eu admiro muito e adoro, agora no Colégio Dinâmico. A turma pequena, ainda tímida, participou pouco. Ouviam a tudo, responderam quando fiz perguntas... parecem ser pessoas bacanas. Sejamos, então.

De volta pra casa, passei uma boa parte da tarde postando fotos antigas das escolas no Facebook. Têm sido dias nostálgicos, acho.

O corpo, novamente, cobrou o preço. Apaguei na cama enquanto postava as fotos... daqui 24 horas, começa tudo de novo de modo novo.

"Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa..."