Domingão, 5 horas da tarde. Desde as 11 da manhã elaborando listas, provas e atividades. Dia de "folga" comum na vida de um professor.
Mais da metade das listas que elaborei não serão corrigidas em sala de aula: conto com apenas uma aula por semana, e essa mesma é dedicada a interpretação de textos, explanações sobre provas de vestibulares e vocabulário.
Fico pensando... como ensinar uma língua estrangeira com apenas uma aula semanal? Como fazer que estudantes entendam que não se trata apenas de vestibulares, que o aprendizado é vivo e é para a vida inteira? Mais ainda, porque eu "perco" meu domingo criando atividades que serão utilizadas praticamente uma vez (evitando a repetição) quando eu poderia estar descansando, me divertindo, escrevendo crônicas e poesias como fazia na adolescência?
É um dos preços que pagamos. Por outro lado, nessa vida de "uma mão lava a outra", na sexta-feira um aluno me passou uns jogos para eu conhecer. Falta tempo para tal, mas, muito provavelmente, se eu estivesse em outra profissão, não teria tanto contato com o mundo das novidades, das atualidades e da juventude atual. Eu teria me tornado um adulto como tantos outros, desses que passam a vida repetindo os domingos, alternando o futebolzinho, o churrasquinho em família, a soneca no sofá após o almocinho, seguida do programa de TV idiotizantezinho.
Cada um com sua rotina e repetições, claro, claro... é a vida.
Todo modo, custo a crer que em outra vida eu teria feito como ontem, chegando em casa no meio da madrugada, depois de uma noite muito divertida. Não iria aos rocks, não andaria de skate, não estaria tão envolvido com cinema, música, artes, e literatura. A necessidade do novo, das novidades, de conhecimento, saber... tudo isso está tão entrelaçado e agregado à profissão... quase de forma vital.
Sou feliz então?
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